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sábado, 9 de setembro de 2017

Série Contos e Relatos - Novo Emprego















Série Contos e Relatos - Novo Emprego


Minha primeira noite em meu serviço. Meu patrão me dá todas as informações necessárias para atender aos requisitos de minha função: sou vigia noturno. Essa é a região mais perigosa de minha cidade; como estou sem trabalho, resolvi aceitar o novo emprego.

Fui bem recebido por ele — um senhor gentil e educado. Deu-me permissão para ver TV enquanto monitorava as câmeras dos apartamentos.

Sou responsável por nove câmeras internas. Uma delas, segundo o meu patrão, pode fazer barulhos estranhos ou mostrar imagens distorcidas. Essas foram as únicas informações que recebi dele. 

São 2:12 na madrugada, começarei a minha ronda noturna caso algum morador precise de algo. Quando passo próximo a um apartamento, começo a escutar barulhos e choro de uma criança; precisamente, os sons vêm do quarto número 3. Tento chegar mais próximo do apartamento e encosto meu ouvido próximo à porta. Nesse instante, tudo fica em um completo silêncio.




Deixo para lá, retornando para minha sala de monitoramento. Acabei pegando no sono, mas logo sou acordado por barulhos que vão se intensificando cada vez mais. O som vem da câmera 6, que fica apontada para o apartamento número 3 onde, há pouco, tinha escutado barulhos estranhos.

A porta do apartamento número 3 começa a se abrir e de lá sai uma criança. Ela parece estar assustada e olha em várias direções. Acho que precisa de ajuda... de repente, surge uma mulher agarrando a garota pela camisa. A criança cai no chão pela força que a mulher coloca nela.


Sem saber o que fazer, continuo vendo a cena. Depois de alguns segundos, a garota surge novamente; dessa vez, parece estar ferida, com a camisa manchada de sangue.
Mais uma vez a mulher aparece. Ela se encontra com uma faca em mãos e, sem piedade, dá várias facadas na menina. Não paro de tremer vendo aquilo.


Ligo para a polícia, fazendo-a chegar rapidamente. Porém, os policiais começam a rir de mim. Gaguejando, tento explicar o que aconteceu, apontando para a porta número 3. Então eles abrem a porta e surpreendo-me ao ver que no quarto não havia nada, como se não morasse ninguém lá.

Sou informado de que, há alguns anos, uma mulher teve um surto psicótico, matando sua filha e cometendo suicídio no quarto número 3.
Segundo os policiais, é comum receberem queixa dos novos vigias noturnos, que veem a falecida repetindo seu crime bárbaro.

Depois dessa noite, nunca mais voltei para o meu serviço de vigia noturno.




Autor:

Bruno Rogério Barbosa De Andrade



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